Wednesday, February 27, 2008

Dra. Tormenta


Jorge Vercilo sempre soube cantar como ninguém sobre a Dra. Tormenta... desde "Signo de Ar", sendo ela geminiana... e agora com essa...

Ouçam! É linda!


Ela une todas as coisas
como eu poderia explicar
um doce mistério de rio
com a transparência de um mar?

Ela une todas as coisas
quantos elementos vão lá …
sentimento fundo de água
com toda leveza do ar

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Ela une as quatro estações
Une dois caminhos num só
Sempre que eu me vejo perdido
une amigos ao meu redor

Ela está em todas as coisas
até no vazio que me dá
quando vejo a tarde cair
e ela não está

Talvez ela saiba de cor
tudo que eu preciso sentir
Pedra preciosa de olhar !
Ela só precisa existir
para me completar

Ela une o mar
com o meu olhar
Ela só precisa existir
pra me completar

Une o meu viver
com o seu viver
Ela só precisa existir
para me completar

Friday, February 22, 2008

Amigas


Há tempos estou para escrever sobre minhas amigas.

Difícil.

Hoje passei uma tarde incrivelmente agradável com todas elas ao mesmo tempo. Recuso-me a citar nomes, pois não quero ser injusta com nenhuma delas.

Às vezes acho que dou tão pouco, que sou até superficial diante da grandeza do amor que sinto por elas.

Cada uma com seus toques únicos e presença sutis (às vezes nem tanto) no meu dia a dia, na minha vida... Sabem o que eu sinto, sabem sobre meu estado de espírito sem eu nem mesmo usar palavras...

Tenho amigas que estão perto, outras tantas que moram longe.

Amigas de longa data, amigas recentes.

Todas queridas.

Há quem critique o relacionamento que tenho com elas, que até ache inadequado. E por mais que isso me chateie, não abro mão de tê-las sempre comigo.

Gostaria muito de todos os dias desculpar-me por minha ausência, por meu cansaço, por minha irritação. E também gostaria de poder abraçar com sinceridade e agradecer através desse registro a presença de cada uma delas em minha vida.


Sem cada uma delas, falta um pedaço de mim.

Não há dinheiro que pague ter amigas assim.

(foto: http://www.flickr.com/photos/pinksherbet/296413352/)

Monday, February 18, 2008

Tempus Fugit


De Rubem Alves...

"Sentia que o relógio chamava para o seu tempo, que era o tempo de todos aqueles fantasmas, o tempo da vida que passou...

Tenho saudades dele. Por sua tranquila honestidade, repetindo sempre, incansável, "tempus fugit". Ainda comprarei um outro que me diga a mesma coisa. Relógio que não se pareça com este meu, no meu pulso, que marca a hora sem dizer nada, que não tem estórias para contar.
Meu relógio só me diz uma coisa: o quanto eu devo correr para não me atrasar...
Mas o relógio não desiste. Continuará a nos chamar à sabedoria: "tempus fugit..."
Quem sabe que o tempo está fugindo descobre, subitamente, a beleza única do momento que nunca mais será..."
De volta do horário de verão... na ilusão de ter uma hora a mais no dia...


Friday, February 15, 2008

A primeira vez


Nossas vidas são marcadas por momentos.
Especiais, tristes, únicos, felizes, atordoantes...
Cada um com seu toque. Seu registro em nossas almas, em nossas memórias.

Um dia desses, tendo acordado bem cedo, quando as estrelas ainda brilhavam, pude ver o dia amanhecer.
O céu, de azul escuro, foi ficando alaranjado, e as nuvens iam descendo aos poucos no horizonte dividindo o céu. Anunciando o dia mais quente do ano.
Um espetáculo!

Lembrei-me da primeira vez que vi o dia amanhecer.
Devia ter uns 3 ou 4 anos de idade.
Até então, eu acreditava que o dia e a noite eram resultados de alguma mágica poderosa. Nunca havia parado para pensar na lógica do movimento do nosso planeta no universo.

Estava na casa de minha avó com meus pais.
Nós morávamos longe. Em Minas Gerais. E ela em São Paulo.
Iríamos voltar para casa, e diante da longa estrada que tínhamos pela frente, meu pai organizou nossa saída para as primeiras horas do dia.

Quando acordei ainda estava escuro e eu não entendia porque as pessoas falavam que eram 5 e meia da manhã quando nenhum raio de sol brilhava ainda.
Ao perceber que pela primeira vez eu veria o dia amanhecer, meu coração pulou de alegria. Fiquei ansiosa como se fosse ganhar um presente.
Nem piscava, com medo de perder um milésimo de segundo sequer daquele momento mágico.

Sentei na varanda da casa da minha tia em silêncio e reverência à grandeza daquele instante.
Percebi que a mágica do amanhecer não acontecia de sopetão.
Aos poucos tudo foi clareando.
O cinza foi ficando azul.
O roxo, rosa.
E as cores da madrugada deram licença às cores do dia.

Segui viagem com o coração feliz.
Sentindo-me a pessoa mais especial desse mundo por ter experimentado o amanhecer pela primeira vez.

Saturday, February 9, 2008

Perguntaram-me se acredito em Deus


Livro de Rubem Alves, que é de longe o meu escritor preferido.

Tem a leveza e suavidade das estórias que conta.

Traduz em palavras tantos pensamentos e sentimentos com uma clareza e simplicidade que é como se nos ouvíssemos falar... e isso é tão terapeutico...

... um sossego para a Tormenta...

Recomendo. De olhos fechados.


"Quantas pessoas aqui na minha tenda estão pensando no ar?" ele perguntou. "Por favor, levantem uma mão..."

Ninguém levantou a mão.

"Ninguém levantou a mão... Ninguém está pensando no ar. Ninguém nem sabe direito o que é o ar. E, no entanto, todos nós o estamos respirando. O ar é a nossa vida e não precisamos pensar nele e nem dizer o seu nome para que ele nos dê vida. Mas o homem que se afoga do fundo das águas só pensa no ar. Deus é assim. Não é preciso pensar nele e pronunicar o seu nome. Ao contrário, quando se pensa nele o tempo todo é porque está se afogando...

...

"Deus é uma suspeita do nosso coração de que o universo tem um coração que pulsa como o nosso. Suspeita... Nenhuma certeza. Fujam dos que têm certezas. Olhem bem: eles trazem gaiolas nas suas mãos. Os pássaros que têm presos nas suas gaiolas são pássaros empalhados. Ídolos.

"Deus nos deu asas. Mas as religiões inventaram gaiolas.
(trecho de "Deus e a beleza")