Friday, August 31, 2007

A Mandala da Vida


Como são as coisas...

Hoje ouvi muito sobre o movimento de idas e vindas da vida e de como não existe falar em evolução sem se falar em mudanças.

A Mandala da Vida é esse movimento.

Um eterno caminho em direção ao centro e de volta à extremidade, ao Self e ao exterior, e tudo de novo e mais outra vez, e assim por diante...

Um processo de evolução de consciência.

Caminho nada fácil esse...

Sofrido às vezes...

Mas sem dúvida, muito lindo.

Um caminho de movimento.

A experiência de recriar-se é muito gratificante.

Sentir-se renovada, é como acordar de manhã e tomar um banho demorado e em seguida abrir a janela para o sol e a brisa entrarem.

Há também que se admirar os momentos críticos. Eles são precursores de um desenvolvimento que há de vir. Também são momentos de cura.

Como foi me dito outro dia, "Longe da nossa vida estão os estados ideais".
Observar a Mandala da Vida acontecendo a cada dia é muito curativo.

Um sossego para a Tormenta.


Wednesday, August 29, 2007

I'm going through changes...




Agosto.
Eclipse.
Frio.
Ar seco.
Cansaço.
Meus problemas não são mais os mesmos...
Vazamento, julgamento, dinheiro, madrugada...
Meu corpo não é mais o mesmo...
Meu ritmo não é mais o mesmo...
Nem meu rosto... nem meu gosto...
Mal me reconheço em várias situações...
Existe esse sentimento de mudança...
A pre-ciência de que algo há de vir...
De que o mundo está mudando, de que algumas coisas estão mudando...
Como ouvir um enigma de um oráculo.
Serei eu?
Será o universo?
Será bom?
E uma saudade...


"Homesick
'Cause I no longer know
Where home is"
(Kings of Convenience)


(foto: oráculo de Delphos - Grécia: http://www.flickr.com/search/?q=or%C3%A1culo&page=3)

Monday, August 27, 2007

A menina e o Anjo


Eles estavam ligados um ao outro.
De outras vidas.
Ela, uma menina. De olhos curiosos, voz macia e espírito alegre.
O anjo, azul. Meigo. Bom por natureza.
Fazia tempo que não se encontravam.
Na verdade, não se viam desde aquela lua cheia, mas de certa forma estavam perto um do outro.
Nenhum dos dois sabia porque haviam se encontrado... no mundo dos sonhos, como tantas vezes havia sido...
Encontros de anjos e meninas não têm explicação.
Dessa vez se encontraram para despedirem-se. Mas ainda não sabiam disso.
Novamente a lua...
Eles se olharam e se reconheceram.
No próximo instante já estavam abraçados num abraço sem fim.
A menina sentia a maciez do abraço do anjo e parecia que todo seu cansaço, toda dor de seu corpo e de sua alma desapareciam.
Poder de anjo. Carinho de anjo.
Uma paz azul, como o anjo, pairou sobre o lugar.
E no céu, também de um azul infinito o anjo se foi...
"In the arms of the angel
Far away from here
In the arms of the angel
May you find
Some comfort here"

(foto por kneague: http://search.creativecommons.org/#)

Friday, August 24, 2007

Memórias, sonhos e reflexões


Ela conhecia bem aquele sentimento.
Um silêncio interno. Uma solidão.
Passara o dia ouvindo sobre sonhos, pesadelos e dores.
O pensamento não necessariamente estava ali.
O sol caminhou pelo céu e encontrou uma fresta na cortina da sala para lhe aquecer o rosto.
Os olhos ardiam de sono. O corpo, cansado.
A discussão do grupo soava com eco em sua cabeça, que começava a doer.
Palavra ou outra se destacava do que estava sendo dito e a puxavam de volta para a sala.
Café. Precisava de café. E água.
Naquele dia seco e morno de inverno seus lábios estavam extremamente secos. Ardiam. Como seus olhos.
Pegou uma garrafa de água e tomou com tanta sede que chegou a escorrer pelo canto direito de sua boca. Ninguém notou, apesar de estar rodeada por várias pessoas. Pediu um capuccino. Cremoso. Sem açúcar.
Sentada, lembrou de um sonho que tivera anos atrás.
Chegava a ser impressionante sua capacidade de lembrar seus sonhos. Mesmo os mais antigos.
Esse sonho, em especial, era bastante interessante.

Estava em um supermercado andando entre os corredores sem saber o deveria pegar.
Andava. Seus olhos corriam as prateleiras e os itens que elas continham. Em vão.

Fim da cena. Continuava a dormir sem mais sonhar.
Na noite seguinte, o mesmo sonho.

De volta ao mesmo supermercado. Andava pelos corredores... prateleiras... itens... nada... o que pegar? De repente, um pensamento: sua mãe saberia lhe dizer o que pegar.

Fim de cena. Sem esse ou outro sonho, o sono seguia até acordar pela manhã.

Na próxima noite, lá estava ela novamente no supermercado. Andando pelos corredores, mas dessa vez havia algo diferente. Sentiu a presença de sua mãe. Andou entre os corredores em direção à saída do supermercado. No caixa, segurando uma cesta estava sua mãe, e dentro da cesta três filhotes de cachorro.

Fim do sonho.

Ainda pensando no sonho caminhou pelas ruas do bairro em direção à sua casa.
O silêncio e a solidão cresciam dentro si.
Era um fim de tarde lindo, como são os fins de tarde de inverno. Anunciava uma noite agradável de céu limpo e lua crescente.
As pessoas da cidade já começavam a se agitar em direção aos bares com suas famílias e amigos para celebrar a semana que se acabava em tão maravilhosa noite de inverno.
Ela passava pelas pessoas sentindo-se cada vez mais só. Invisível até.
Interessante como a solidão já fazia parte dela. Sentia-se triste por isso. Tudo o que não queria era voltar para a casa vazia com dois filmes para assistir e duas garrafas de água para matar sua sede.
Naquela noite em particular gostaria de uma companhia.
Já sentia a dor de cabeça mais forte e seu corpo febril.
E o silêncio.
E a solidão.

Wednesday, August 22, 2007

Prólogo

"Minha vida é a história de um inconsciente que se realizou. Tudo o que nele repousa aspira a tornar-se acontecimento, e a personalidade, por seu lado, quer evoluir a partir de suas condições inconscientes e experimentar-se como totalidade."
Memórias, Sonhos e Reflexões
Carl Gustav Jung
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