Tuesday, October 13, 2015

... e então eu sonhei...

era uma sala de aula de cultura Celta.
o mestre, um ser mítico... uma árvore muito antiga que se estendia do chão aos céus... ao infinito.
um ser vivo.

quando entrei na sala ele estava lá.
sentado em sua cadeira em frente à sala à espera.

não me contive tamanha a honra em vê-lo e corri para sentar-me aos seus pés e encostar minha cabeça em seus joelhos.
ele, o ser mítico, faz carinho em minha cabeça e cabelos.

quando fiz menção de me levantar, ele me segurou mais um pouco
dizendo, "você está sendo curada" "fique mais um pouco".


Monday, May 5, 2014

…se for pra recomeçar...


então ela decidiu correr
correr até sentir seu coração bater forte
tão forte
a ponto de explodir
de raiva, de tristeza, de falta de fé
como se quisesse ver a morte cara a cara
para poder no limite do último segundo
tomar um fôlego profundo
e sentir-se viva novamente

e fez isso repetidas vezes nos dias que se seguiram

tentando reavivar-se
voltar a viver
voltar a sonhar
voltar a não mais temer
voltar a acreditar

se for pra recomeçar, que seja logo.
se for pra recomeçar, que seja hoje!

Tuesday, April 29, 2014

… um sonho e o destino...




Há dias e semanas eu vinha sonhando.
Sonhando com um coelho e flores coloridas e uma menininha.
Um sonho de carinho e cuidado.
E amor.

E a menininha tinha um coração pequenino que batia
Suave como uma valsinha que se ouve sem parar.

E como num sonho desses, bons, ela era meiga e doce em sua ruivisse
O tempo para ela passava diferente…
7 semanas podiam ser 5.
10 semanas podiam ser 8.
Ou 7
Se assim ela quisesse.
Ela era senhorinha do seu próprio tempo.
E escolheu ficar o tempo que precisava.
E esse tempo foi mágico.
Com dias de primavera em pleno outono,
Flores de cerejeira e coelhos e brigadeiros.
E amor… muito amor.

Então ela se foi.
Sem se despedir.

Marcou meu destino.
Nosso destino.

E me fez ser forte.
Mais uma vez.
Como eu nem imaginava que ainda poderia ser.

Deixou sua doçura em mim.
Em nós.
E muita gratidão.






Thursday, April 17, 2014

O brilho do sol do lado de dentro da gente se chama sonho. (Rubem Alves)



… e hoje eu sonhei…

Sonhei com uma menininha que se chamava Alice e que se escondia num jardim…
… e depois sonhei com um coelho branquinho que comia flores coloridas e ria com a boca cheia delas.

Sunday, January 12, 2014

Felicidade não faz barulho


Sabe aquele texto que você queria muito ter escrito? Pois é… este que segue abaixo é um deles… 
Eu queria muito tê-lo escrito… 
Compartilho e agradeço Kamila Behling pela inspiração. 

"Não falta nada. Está tudo aqui. Os livros na estante, os pneus dos carros fazendo barulho na estrada enquanto chove, o solo da guitarra naquele rock clássico, as estrelas no céu, o pão na torradeira, até mesmo o clima de verão já chegou, veja só que dádiva! 


O amor está no peito, o sorriso nos lábios, nem sempre, só quando dá vontade. O coração permanece batendo no compasso, o preto e branco de certo dias, o brilho inconfundível de outros e as manhãs independentemente de qualquer coisa, carregadas de um ar não-sei-de-quê, que nos encoraja sempre ao recomeço.


A ferrugem no fusca velho estacionado na esquina, o blues da sexta-feira, a manga arremangada na hora de preparar o rango, o esmalte vermelho pela metade nas unhas, o caos da cidade grande, a simplicidade do interior amado, o pôr do sol de cada dia em qualquer lugar do mundo, em resumo: tudo em seu devido lugar e ordem, e supostamente, nada faltando.


O que nos falta é cessar com essa nossa mania de achar que alguma coisa sempre está faltando, de desconfiar que alguma coisa está errada quando tudo caminha silenciosamente bem, de não aceitar a neutralidade dos dias, dos sentimentos, das pessoas, da tristeza, da alegria, porque tudo conta, tudo é válido, tudo é como é por sua lei natural e cada uma destas coisas acontecem, com ou sem nossa percepção, e sempre irão acontecer, sendo assim, inquestionavelmente nota-se que aprender a conviver com elas é o mais indicado.


Mas sobre o que nos falta, posso citar algumas linhas: a humildade para compreendermos e aceitarmos que certas situações, alias, muitas delas, fogem do nosso comando, não dependem exclusivamente de nós, mas que fazer nossa parte e manter a mente tranquila a respeito dessa verdade é inevitável.


Falta-nos a compreensão de que o rio flui, e nós também.


Falta-nos a percepção de que somos parte de um todo e que esse todo é um complexo e intenso fluxo que circunda cada um de nós independente da nossa crença sobre ele ou não.


Sobretudo, de todas essas coisas que nos faltam, outras mil presentes em nós nos compensam, porque o amor sempre é maior, e o que seriam nossas atitudes se não amor? Erramos na tentativa de acertar, perdoamos a nós e a outrem por no fundo acreditarmos na boa intenção e no bom senso. Proporcionamos novas chances para os deslizes nossos de cada dia, para os vexames alheios, porque sabemos que visivelmente ou não, somos todos amor e nada mais.


Concluo com um pequeno detalhe que nos falta: compreender que nada nos falta. Entender que felicidade não é algo que chega, que vem, que aparece. Não é uma recompensa, não é uma meta de vida. Felicidade está sempre aqui, nasceu no mesmo dia e hora que você, habita teu corpo desde o teu primeiro momento neste mundo, bem como o amor.


Mas não espere que ela grite, cause cena e faça constante barulho de euforia, porque a felicidade, bem como o amor, é faísca, e faísca não faz barulho."

(Texto de Kamila Behling)

Wednesday, October 3, 2012

desistir

nem força tinha mais
nem vontade
de nada

se pudesse fecharia seus olhos
para, quem sabe,
abri-los num outro tempo

o sol entrava forte no seu quarto pela manhã
dias amarelos
quentes

cheios de vida
fora dela

dentro dela era vazio
um vazio regado pelas suas lágrimas
na insônia da noite

o passado não contava mais
e o futuro não existia
fincou suas raízes no presente

e o presente se foi
e mais uma vez, sentia o vento
suave e morno passar entre seus dedos

levando embora o que de bom um dia existiu
porque a alegria, assim como a tristeza
se alimenta do dia a dia.

Tuesday, June 26, 2012

noites de tormenta...

foi pela estrada
em uma noite fria de começo de inverno
que ela chorou
ao jogar seus sonhos fora
pela janela do carro

jurou
desistiu
chegou a querer morrer
tamanha a dor de viver
tanto o seu cansaço
em vão

e mais uma vez
conversou consigo
em sua solidão

e chorou mais um pouco
sentiu raiva
da vida
da vida que não ia para lugar algum
do fracasso
da ilusão
do dia seguinte que viria com certeza
e que seria igual a todos os outros
e faria o mesmo que vinha fazendo

sem nada

esse turbilhão
essa tormenta dentro dela
que roubava seu sono
que roubava seu brilho
estava ali mais uma vez
e estaria pra sempre

e faz tudo muito mais dificil
de se acreditar.