Sunday, September 30, 2007

Temperos


Minha mão está cheirando a tempero de feijão... cebola, alho, cominho e folha de louro.

Hoje acordei ardida.

Tive pesadelos... acordei chorando.

Cozinhei a carne ao curry... e mais cebola.

A farofa estava deliciosamente apimentada...

Tudo com gosto de comida de vó... feita com muitos beijos e bem demoradamente, afinal, hoje é domingo... pra quê a pressa?

Manjericão para o molho, alecrim para a batata, cardamomo para o café, canela para a torta de banana, orégano e azeite para o queijo, tomilho para o peixe.

O dia deveria passar bem devagar... postergando infinitamente a segunda-feira.


(foto: http://www.flickr.com/photos/n0mad/286175232/)

Friday, September 28, 2007

Mulher-papagaio, Mulher-onça, Grande Pajé e o Céu azul da iniciação


Depois de uma aula maravilhosa da querida Elizabete Lepera, que graciosamente contou o mito de Iuaretê de Kaka Wera, eu queria mais era encontrar o silêncio de minha Mulher-papagaio, mas a Sumaré congestionada, como era de se esperar em uma sexta-feira, me prende em uma esfera bem mais consciente...

Existe um chamado dentro de mim.

Um chamado a seguir minha jornada heróica de vencer um desafio interno.

E ao mesmo tempo a voz do papagaio me avisando de todos os perigos e desafios dessa jornada, e me lembrando constantemente de meus medos e falhas, fraquezas e a constante e real possibilidade de fracasso.

O início da jornada está sempre a um passo de mim.

Esse chamado implica em encontrar o equilibrio dinâmico entre o papagaio e a onça em mim. Até que eu enxergue céu azul sem nuvens...

... e tudo o que isso significa.

There's a hero

If you look inside your heart

You don't have to be afraid of what you are

There's an answer

If you reach into your soul

And the sorrow that you know

Will melt away


And then a hero comes along

With the strength to carry on

And you cast your fears aside

And you know you can survive

So when you feel like hope is gone

Look inside you and be strong

And you'll finally see the truth

That a hero lies in you


It's a long road

When you face the world alone

No one reaches out a hand

For you to hold

You can find love

If you search within yourself

And the emptiness you felt

Will disappear


(foto: http://www.flickr.com/photos/underhiswings/1442573519/)

Sunday, September 23, 2007

E a primavera chegou... mais uma vez


As pessoas costumam medir seus anos de vida com base em "quantas primaveras" já vivenciou.

Estou vivenciando minha trigésima primavera.

Muito quente, por sinal.

Estou aqui, depois de um banho fresco, com os cabelos molhados, às 23:08 esperando o calor passar e o cabelo secar para ir me deitar...

Amanhã o despertador toca às 5:15...

Nada de chuva há mais de 50 dias.

Plantei canteirinhos de temperos, lavandas e girassois para saudar a quente primavera.

Coloquei flores coloridas pela casa, abri as janelas e as cortinas...

Amanhã prometo usar vestido e sandálias.

Nessa cidade maluca, as pessoas resolveram não usar o carro um dia no ano... e só duas árvores na minha rua floresceram. Um rosa e a outra lilás.

Percebo pés de amora, goiaba e ameixa cheios de frutos pelas calçadas do meu bairro... outro dia comentei isso com outras pessoas, mas eles nem faziam idéia do que eu estava falando.

Quem mais enxerga primaveras hoje em dia?

(foto: http://www.flickr.com/photos/spritegirl1123/407149764/)

Wednesday, September 12, 2007

Família


Existe coisa mais estranha, mais complicada e mais gostosa que família?

Eu amo minha família.

É muito bom saber que eles existem, mesmo sem ter contato com todos, todos os dias.

Minha família é meu ponto de referência.

De normalidade e de loucura também.

Dizem que não devemos julgar as pessoas por seus parentes... não sei se concordo.

Acho bom olhar para minhas avós e reconhecer traços delas em mim.

Saber que não quero ficar como minhas tias (em diferentes aspectos) e tentar evitar isso desde já.

Lembrar dos primos em nossas bagunças e brincadeiras de infância. A árvore que virava barco, o barranco que era a "escadinha do céu", Barbies, circos, férias, zoológico...

Sentir saudades da minha mãe e do meu pai de uma maneira que nem sei dizer... e sentir que dou tão pouco a eles comparado com tudo o que fizeram e continuam a fazer por mim.

E minha irmã? Pessoinha que eu vi nascer, defendi a macacadas, e hoje é uma pessoa tão grande, tão íntegra que me mata de orgulho falar dela para as pessoas...

Meu marido... sorriso ao amanhecer, abraço que aperta tão gostoso... porto seguro.

E o futuro por vir...

Filhos... cachorros... netos... bisnetos...

Isso tudo...

Esses todos... fazem a vida valer a pena... um dia depois do outro.
(Foto do campo de lavandas que plantei com minha família no sítio do meu pai... um dos meus lugares preferidos no mundo inteiro - Recanto da Joaninha)