nem vontade
de nada
se pudesse fecharia seus olhos
para, quem sabe,
abri-los num outro tempo
o sol entrava forte no seu quarto pela manhã
dias amarelos
quentes
cheios de vida
fora dela
dentro dela era vazio
um vazio regado pelas suas lágrimas
na insônia da noite
o passado não contava mais
e o futuro não existia
fincou suas raízes no presente
e o presente se foi
e mais uma vez, sentia o vento
suave e morno passar entre seus dedos
levando embora o que de bom um dia existiu
porque a alegria, assim como a tristeza
se alimenta do dia a dia.